Inicialmente, cumpre destacar que esta é a primeira oportunidade em que a 2ª S.D.P. de Laranjeiras do Sul emite qualquer nota e/ou se pronuncia a respeito do caso envolvendo a indígena de 22 anos de idade, que foi vítima de crime em Nova Laranjeiras, fato este que ganhou repercussão em todo o Estado.
Desta forma, as informações que anteriormente foram publicadas a respeito do que teria ocorrido são de inteira responsabilidade de seus divulgadores.
A respeito dos fatos, é imperioso destacar que, até o momento, não há nenhuma evidência que indique ocorreu um estupro coletivo, embora não haja dúvidas de que houve um crime sexual.
Tampouco há qualquer indício de que a vítima fora “abandonada” por um carro no local onde, posteriormente, recebeu atendimento pelo SAMU.
Também, não nenhum indicativo de que as cerca de 15 a 20 pessoas que estavam ao lado da vítima no momento em que a ambulância chegou no local tenham praticado conjuntamente o crime investigado, tradando-se, a priori, de pessoas que solicitaram os socorristas, amigos da vítima, frequentadores do local e/ou curiosos.
O que se pode divulgar, preliminarmente, sem atrapalhar as investigações é o seguinte:
No local onde a vítima recebeu o primeiro atendimento médico, é comum que pequenos grupos de indígenas ali se reúnam, normalmente aos fins de semana. Algumas pessoas passam mais de um dia ali, sem retornar para suas casas, dormindo neste mesmo local ou nas proximidades.
A vítima encontrava-se neste ponto pelo menos desde a noite de sábado, acompanhada de seu marido, de um casal, e de outros cinco homens, pessoas estas de seu círculo de convivência, tendo eles passado a noite e a madrugada confraternizando e ingerindo bebida alcoólica em grande quantidades.
Durante a manhã, ela reclamou de dores na barriga, começando a apresentar um sangramento. Após isto, uma das pessoas que a acompanhava procurou um terceiro, que, por sua vez, acionou o socorro.
No hospital em Laranjeiras do Sul, verificou-se que haviam lesões que indicavam que a vítima havia sofrido abuso sexual, bem como que esse quadro clínico era bastante sensível, sendo ela transferida para Guarapuava, onde, mais tarde, veio a falecer.
A Polícia Civil ainda não recebeu a cópia dos prontuários médicos de seu atendimento, tampouco recebeu do IML o laudo de exame de necropsia, não sendo possível, por enquanto, informar a causa da morte e a sua relação com o evento.
Não há, até o momento, nenhuma informação de que a vítima tenha revelado o que ocorreu com ela aos profissionais da saúde que realizaram o seu atendimento, embora as diligências ainda estejam em andamento, podendo alterar esse panorama.
Os detalhes do que ocorreu durante essa noite e madrugada ainda são objeto de investigação. A divulgação daquilo que já foi possível apurar atrapalharia o trabalho policial.
Pode-se dizer, tão somente, que até o momento as evidências apontam no sentido de que o crime foi cometido por uma pessoa, que já foi interrogada e que negou a autoria.
De toda forma, até a conclusão das investigações, a Polícia Civil não descarta a possibilidade do envolvimento de mais de uma pessoa no caso.
O trabalho, contudo, dada a complexidade dos fatos, ainda não está finalizado e novas diligências/informações poderão alterar o panorama durante o curso do inquérito policial.
Por fim, esclarece-se que todos os esforços por parte da 2ª S.D.P. estão sendo empregados e que as investigações desse complexo caso seguirão até o completo esclarecimento dos fatos.
Fonte PCPR